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sexta-feira, 13 de julho de 2012

FERIR-SE ================

                   
                            Ela chinga                  Ironiza - Ele.
                            Bate as portas            Faz pouco caso,
                            Lhe deseja mal.         Desvia o olhar.

Não são mais
Os mesmos
De antes...
Solidões conjugadas.
Ressentem-se.
Tanta gente por aí, justo...

                                         Por trás desse
                                         Palavrório agourento
                                         Modo de falar a sério,
                                         Medo de ouvir
                                         Sem artifícios
                                         A fatídica verdade.



POLÍTICO DE TALENTO =====

Quando um político é um ruim, seus cabos eleitorais procuram acentuar-lhes as qualidades artísticas. Há inúmeros casos e a História prova.
Pianistas, cantores, violeiros diversos, escritores etc figuram neste parnaso político.
- Mas, é um corrupto! - Contradigo eles.
- Tem gosto para a música... Toca piano.
- Sim, não nego.
- É também um homem de visão empreendedora. - Continua o outro, querendo me convencer.
- Cego para os preceitos éticos...
- De muito tato político.
- Para pôr a mão no bolso alheio.
- Compõe como ninguém! - Insiste.
- Sei... Haja visto a ladainha justificando as dificuldades e a falta de verba. Pra esconder o cinismo das prevaricações, fraudes. - Lógico, ele não se convence.

Faço minhas as palavras de Diderot, tamanha sensibilidade musical deve-se ao fato de viver entre bons músicos e má gente, daí ter ouvido afinado e coração surdo!
E acrescentando ao comentário do mesmo, eu diria:
- Fácil é aprender um instrumento qualquer. Tocar um governo a contento é que é o prodígio.