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terça-feira, 19 de agosto de 2014

EU & ... ================


                                         Teu beijo,
                                         Coração pela boca
                                         Me revela
                                         O vazio habitante
                                         Dentro de mim.
                                         Meu Eu quer
                                         Completar-se
                                         Em Ti.


MEDÉIA URBA[i]NA ==========

Mãe, nem encoxada no tanque! Para os mais complexados Édipos antiquados. Fulana vivia uma tragédia pessoal. Até de figurar nas matérias dos noticiários baratos.
Naufraga numa mesa de bar. Mateus, chora a seus pés à deriva, enquanto uma irmã grata tenta demovê-la daquela tonteria e cuidasse da criança que acabara de trazer para embalar.
- Tá certo isso? Você aí ao invés de cuidar do filho.
- É problema meu!...
- Tu quer dar fim ao infeliz.
- Que se dane!... Já era. - O que são só palavras, quando malditas...
O fruto com outro homem, daquele que crava punhal no peito tatuado impedia que fosse feliz, por certo, com seu Amásio que o rejeitava. Incapaz dum afeto.
- Pra ficar comigo tem de ficar quite. - No seu achar leonino.
Mateus olhava em sua inocência espantada. Qual ódio despertaria suas brincadeiras... O "puta-que-o-pariu" sobre a mesa, seu brinquedo.
Jogou com severidade a criança numa cadeira a fim de aquietá-la. Praguejava ter de carregar o menino.
- Por que não dorme, hein?... - Como poderia haver tanto desamor naquela mãe? Toda sua indiferença por aquela semente do coração antes ferido. Era fazer vingar, mesmo regada em sangue, a flor de amor do Amásio.
- Isso é jeito de tratar um filho.
- Não tô nem aí. - Pois sim, descobriu quando teve o filho abrigar verdadeira impaciência pela aporrinhação dos pirralhos. Sugou-lhe o pouco das formosuras do corpo judiado. Se soubesse teria abortado... Alguns pensamentos causavam medo. Queria curtir, aquele "dar mais do que chuchu na Serra", viver o jardim das delícias.
Segundo o Amásio, um banana quando quer, tudo aquilo era arranjo dela. Obrigava que o tal pagasse um pirulito para adoçar Mateus.
- Pensa que é só parir? - A irmã condenou, e não seria a primeira pedra, deixando a birosca.
Ao sabor da maré, o infantil, descalço pelo ladrilho do estabelecimento, como se fosse seu playground.
- Vamos, Bem... Deixa Mateus por aí mesmo. - Brinca mordazmente sincera. O rosto de Mateus se desfaz numa quase lágrima. Nem todo seio é próprio para toda boca.
- Daí se demove da idéia. Que se curasse da saciedade dos desejos, deu um último gole... Não queria criar um "Caso de Família" com as Autoridades. Engancha o rebento nas partes da roupa e leva a cria. Ele ainda valia uma Pensão Alimentícia.