Envolta em sombras
A sonata ia pelos nossos ouvidos
Na faixa predileta do meu disco.
Entre beijos sufocados numa frase
Silente gemeste sustenido
Uma pronúncia indescritível.
Procuravas meus fechos
E os castos botões,
Dum recato disponível.
Tateou-me num estudo
Lido por teus dedos íntimos
Por mim livremente conduzidos
Em minhas coxas frívolas.
Socorria-me os seios aflitos,
Imersa no brilho da tua íris
Espelhando-me solífugo demônio adorado
Num diáfano altar eregido na penumbra,
Naquela teia de luz
Que atava nossos abraços.
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