que se escuta nas sombras
como assim fosse
um dissonante clamor.
Do veículo sem saída,
deste bicho aflito
nas vielas sinalizadas do existir.
Desconfiado de que a existência anônima
nomeie, conceda status
no destino de uma bala perdida.
Seu sangue pelos poros do asfalto,
tinta para a crônica policial das seis.
Esquivam-se os espectros que trafegam
pelas veias das avenidas.
Cada qual a ocultar sua alma.
Quando a noite escorre do céu
derramada sobre o ocaso vesperal
ecoa da catedral as exéquias do dia,
desses moribundos transeuntes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário