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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OCIMAR AFANEU, pede seu voto =====

Desde os tempos estudantis almejava a carreira política. Eterno postulante à eleições, quaisquer que fossem: dirigente esportivo, síndico, diretor da mais variada etcetera. Ocimar Afaneu valia-se de máximas que justificassem tal obstinação, como aquela de que o Homem é um ser político por excelência. E as fazia com a retórica típica dos candidatos. Utilizando o que melhor lhe conviesse, contanto que saísse prestigiado.
Mil dificuldades na escalada do poder. Verba restrita vivia apurado, o marcador do tanque de combustível arriado na reserva. Assíduo frequentador de vernissagens, não por apreciar Arte, esta era uma maneira de dar fim ao regime forçado no vai e vem dos comes e bebes. Talvez um golpe de sorte fizesse dele Secretário de Cultura. Senão fosse a santa mãezinha! Refúgio e fiadora de suas necessidades...
- Menino...! Quer me levar à falência? Deste jeito você lasca mamãe! - Ralhava ela, usando de sua rispidez complacente.
- Em breve, mãinha será a Primeira-Dama. - Há coisa mais gratuita quanto falsas promessas?... Ocimar Afaneu conhecia o coração de ouro da mãe. A velhinha fazia votos de que ele se desse bem logo. Parasse com os empréstimos à minguada pensão dela, dívida essa que nunca teria coragem em cobrar.
De certa forma a dureza virou marketing dos detratores. Como a corruptela envolvendo o seu bom nome:
- Chiii! Lá vem "Ocimarcar Afanoeu".
Julgava a miopia congênita causa de suas chances frustradas. À distância mal conseguia distinguir o eleitor. Privando-o quase sempre de cumprimentos e acenos. Aquele corpo-a-corpo básico, arma fundamental no assédio político. Mas, coeficiente eleitoral no final das contas era o engasgo da boca de urna.
Gente... O pleito avizinha-se. Muitos baterão à sua porta feito mendigos a pedir nacos de pão. Nestas próximas eleições vote com solidariedade. Ocimar Afaneu carece  eleger-se urgentemente.



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