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quarta-feira, 4 de maio de 2011

MORAL DA HISTÓRIA =======

Chegou ainda pintinho na casa do macetoso Mangaba. Um mimo para a filha. garota sapeca, dessas que esquartejam boneca com precisão cirúrgica. A intenção era domar os ânimos da menina. Pois bem, a tal psicologia surtiu efeito. A moleca serenou.
Galindo, como chamaram-no, transpôs incólume os afagos calientes da pequena. Logo emplumou-se de um branco angelical. Sua crista pendeu de lado num topete a "la Elvis Presley". Mal o relógio badalava 04:00h da matina, o galináceo fazia seu concerto matutino.
Não tardou os vizinhos do cortiço quererem depenar Mangaba e o frango. E na tentativa de calar a ária do galo, que o tonto irrácivel aviu-lhe uma concubina. Garnisé jeitosa, por demais faceira.
Converteu a diminuta área de serviço num moderno flat empoleirado. Durante algumas semanas o danado fechara o bico. Mas, bastou a garnisé pôr ovos e os chocar para que Galindo solta-se o gogó. Exibindo seu orgulho de pai, numa demonstração de maestria aos filhotes.
Galindo vivia a existência que pedira a madrasta natureza. Embora Mangaba andasse de saco cheio, olheiras profundas... De fazer pena! Disposto a tapear a pirralha deu-lhe um vídeo-game. E sumiu com os galináceos, vendendo-os a um sitiante...
Esse lugar não era melhor. Entretanto, espaçoso e havia muitas galinhas. Todas dando a maior sopa (quer dizer, canja!). A família desfeita bastava levar as penosas no bico. Os acordes da cantada ecoaram pela paisagem bucólica... Nisso apareceu um carijó garboso fugido do galinheiro a esgaravatar em redor de Galindo. Cacarejaram diplomaticamente sem consenso. Teve início o round. Galindo fez uso de sua arte marcial instintiva, mesmo assim eram parcos golpes frente à espora castiça do carijó. Tombou pernas pro ar, convulsionando até o derradeiro golfejo.
Não torrara na chocadeira. Resistiu aos carinhos da filha do dono inconsequente, e sua prole deixava como herança a civilização. Sucumbia às leis da natureza.

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