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segunda-feira, 11 de julho de 2011

ATÉ QUE A MORTE OS SEPARASSE =====

Aconteceu da mocréia do Beltrano encontrar um sabonete de motel no bolso do paletó do desavisado. Posto lá por brincadeira de um amigo... Pra quê! Logo ela, para quem ciúme era prova de amor.
O barraco desabou um pouco a cada dia. Utensílios domésticos serviam como respostas enfurecidas as suas inconsistentes justificativas... Ele até já sabia do seu gênio passional. Ao se conhecerem ela depenava galinhas numa avícola. E metaforicamente dizendo, naquele galinheiro mandaria ele!
Ficou tomada de desconfiança tão doentia para consigo, que espetava por ciúmes agulhas e alfinetes no corpo da modelo do calendário. Até torná-lo uma folha disforme no cesto de lixo. Como o ano tem doze meses...
Em tudo via tramóias, fazia ligações espúrias entre fatos acontecidos. Como da vez num jantar quando a mulher do amigo confundiu seu nome por outro... Ou seria outra?
- Tô começando a entender... Teve aquela vez, a "zinha" do teu cupincha trocou meu nome. Me chamou de Salete, mas meu nome é Suzete... E falou convicta! Certamente alguém, que você apresentou chamada Salete, a mesma vadia do sabonete.
Ao que ele respondeu já sem paciência nenhuma:
- Se fosse sabão era pra lavar a tua língua, mas é sim o sabonetezinho com o qual lavei o corpo da minha amante. Trouxe pra não esquecer do perfume dela... - Dava-lhe ele certezas através de uma mentira impensada a debochar do perigo.
Engalfinharam-se numa luta corporal terrível, ensandecida lançou o marido pela sacada do prédio.
Assim foi até que a morte os separasse.

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