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sábado, 5 de junho de 2010

CIRANDA ============

A história se repete... Naquela máxima drummondiana: Cibele amava Rafa que dizia amar Pati que "ficava" com Rodrigo que não amava ninguém. Se é que alguém consegue desvendar o amor...
- Ai, Rodrigo...! Cê fica me apertando.
- É carinho, boba. Num gosta?
- Num é que não gosto. Olha só a minha roupa...
- Pôxa, Pati! Tamô numa boa, e você cheia de não me toque.
- Foi mal, gato. Sem querê.
- Jura... É que fico louco perto de você. - E lá ia a "mão-boba" passear nas suaves curvas, nos picos enregelados daqueles montículos salientes.


- Socorro, Virgem santa... Isso me dá um calor!! - Apartava-se temendo a vertigem. - Oh, meu Deus! Que coisa é essa aí embaixo?
- Desculpa, não consegui controlar.
- É tão... Assim tão...
- Você tá tão esquisita hoje.
- Tamem, né!
- Eu não sou de ferro, tá bom... Qué fazê?
- Fazê o quê!?
- Ora, Pati... O que um casal de namorados faz.
- Ué! A gente já tá se beijando.
- Num é isso! Qué dizê, é isso também. Aquilo, entendeu...
- Nessa posição... Em pé?
- E tem outro jeito! Aqui no escurinho quem vê?
- Ah, não... Cê podia me levá num motel.
- Menor não entra nesses lugares.
- Então, quando eu fizé 18.
- Até lá, Pati... Eu não guento! Vamo tentá?
- Só se for com camisinha.
- Camisinha!... É o mesmo que chupar bala com papel.
- Como cê sabe!?
- Sabendo, oras! Mas se você tiver camisinha aí, eu topo.
- Ficô doido! Se meus pais encontram esse troço na minha bolsa tô frita.
- Te amo tanto, princesa... Vai, deixa. - Suas bocas se procuram gulosamente, sem dar chance às palavras. - Só um pouco...
- Ai, Rodrigo... Tô arrepiada!
E o ato consuma-se ali mesmo nos arbustos, juntinho ao muro do prédio. Nem pensaram em gravidez, aids, o que fosse. É estranho que no amor, a gente não pense em se proteger um do outro.

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