# BLOG LITERÁRIO # POEMAS - CONTOS - CRÔNICAS #

sábado, 11 de junho de 2011

AMOR SEM MALDADE ========

Durante algum tempo nenhuma palavra disseram. Também fora assim outras vezes. Todavia, não como aquele instante em que tudo era unilateralmente decidido. Porque não havia nada a se discutir numa convicção. Por quanto, ele tentou agarrar-se aos restos que sobrara...
- Toma... O teu anel.
- Por quê? Foi presente meu.
- Leva contigo...
- Fica com ele!
- Melhor não.
- Um a recordação nossa.
- Pra quê?
- Lembrar, talvez.
- Não quero!
(...)Entre ambos ruínas intransponíveis. Burocrática intimidade: beija-mãos frígidos, requerimentos pra se tocar na verdade. Deveras, naquele gesto estúpido. E a mea culpa que lhes cabe.
Solícitos entretantos:
Passar bem... Talvez chova.
Preciso ir, acho que já é tarde!
Em tais diálogos que se estendem rancorosamente (quase) mudos, só pode haver sólidos pareceres de quem amou sem maldade...
Ela então pegou suas malas, deixando tudo desarrumado e foi ser feliz pra sempre.

Nenhum comentário: